o mar do poeta

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domingo, maio 20

DANÇARINA DE HONG KONG

Eram para aí sete da manhã, sem ter tomado ainda o meu café, estava na ponte pequena da companhia Hong Kong Macau Hidrofoils, quando um agente dos Serviços de migração me entregou uma jovem acabada de desembarcar, vinda de Hong Kong.

Segundo a versão do agente, a jovem ofendera-o com palavras obcenas quando este lhe pediu o passaporte. Desejava que eu tomasse conta da ocorrência para o caso ser levado a tribunal.

Não comprendi bem o procedimento pois tinha competência para fazer esta diligência, parecendo-me apenas que não deseja ter trabalho. Entretanto acabei por aceitar o caso.

Dirigi-me à moça e pedi-lhe os seus documentos de identificação. Em vez de o fazer, disse-me que "me fodia"! não pensando nas palavras que dizia, respondi-lhe de imediato que "só se fosse com uma garrafa de coca-cola".

Entretanto a minha ajudante, uma apalpadeira da PMF, pessoa idosa e com muita experiência, delicamente convidou a moça a entrar para o quarto de revista.

Verificou de imediato que a mesma trazia na mala comprimidos estimulantes psicotrópicos, tendo até já tomado alguns.

Feita a respectiva participação, a moça foi levada ao comando da PMF e ali, barafustando imenso e dando indícios de alíneação mental, foi-lhe passada uma guia para se apresentar à consulta de psiquiatria no hospital "Conde de S. Januário".

O médico que a examinou fez um relatório concluíndo que era sã e não sofria de qualquer doença mental. Encontrava-se naquele estado devido a ter ingerido os tais comprimidos.

Voltou novamente para o comando onde o caso foi reportado ao Comandante da PMF, que tomando conhecimento que a moça era residente em Hong Kong, mandou que fosse imediatamente recambiada para lá.

Já não me encontrava de serviço quando ela embarcou, mas o agente que assistiu ao embarque disse-me que ela ao passar na ponte e ao avistar os agentes da PMF e da PSP, pontepeou os balcões e dizendo que "um dia ainda os foderia a todos"lá seguiu algemada, sendo entregue às autoridades de Hong Kong que mais tarde informaram tratar-se de uma dançarina num dos muitos clubes nocturnos da cidade e com vasto cadastro policial.

Como se pode deduzir, tudo pode acontecer a quem tem que lidar com o público...


6 comentários:

Unknown disse...

Que trabalheira....Pensei que no hospital lhe aplicariam outro medicamento que a fizesse voltar ao seu estado normal.
Poderiam até tê-la posto a dormir até que lhe passasse a febre de f..der que se metia à sua frente ou a jeito de dar uma...

Henrique António Pedro disse...

Falava português, pelos vistos! E dançar, sabia?

abraço, amigo António.

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimado Amigo e Ilustre Poeta Henrique Pedro
Não, não falava português mas sim o dialecto cantonense.
Dançar sabia, porque volvidos uns anitos a ebncontrei num bar em Hong Kong, mas ela não me reconheceu...
Abraço amigo

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimado Amigo Luís Coelho,
Um tipo passa cada uma que é de bradar aos céus.
No hospital nada fazia e ainda nos telefonavam a dizer que só lhe davamos trabalho....
Abraço amigo

Prof.Ms. João Paulo de Oliveira disse...

Estimado confrade e amigo António Cambeta!
A lambisgóia da Agrado disse-me que você foi a Hong Kong para ver se encontrava a dançarina...
Não fique chateado com os mexericos da lambisgóia Agrado, porque ela está enciumada em saber que você embarca no vagão do Expresso do Oriente sob meu comando e não a visita na cabine nº 5...
Já disse a "ela" tirar o cavalinho da chuva, porque você prefere a minha amiga, a Dona Miquelina e sua copeira, a Hermenegilda!!!
Caloroso abraço! Saudações dançantes!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimado Confrade e Ilustre Prof. João Paulo,
Por acaso estava em Hong Kong tirando um curso de Investigação Avançada e encontrei essa bailarina num bar, mas ela não me reconheceu.
É bem verdade que tenho passado uns bons momentos na cabine 4 do moderno e famoso Vagão do Espresso do Oriente.
Quanto à Lambisgóia pode muito bem tirar o cavalinho da chuva, pois daquela vez embriagou ou drogou o Inspector Pardal e essa experiência jamais se repetirá.
Junto da bela copeira Hermenegilda tudo ok, e por vezses junto da Dona Miquelina que anda sempre com o pifo feito rsrsr.
Abraço amigo