o mar do poeta

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quinta-feira, novembro 3

O ANEL DESAPARECIDO NO VAGÃO DO EXPRESSO DO ORIENTE

Estimado Confrade e Ilustre Prof. João Paulo,


O Inspector Pardal, conforme o tinha já informado, seguiu para sua amada cidade de Diadema, segundo me informou, efectou uma óptima viagem que levou 2.25 horas, sendo óptimamente servido a bordo por uma gentil e simpática hospedeira de origem japonesa,   que só tinha olhos para o Inspector e durante toda a viagem ficou a seu lado, servindo-lhe algumas bebidas e um magestoso jantar, tendo até entregue ao Inspector Pardal, um cartão pessoal, com morada e número de telefone, ao fazer entrega desse vistoso cartão, cor de rosa com a sua foto de hospedeira de bordo, informou o Inspector que morava em S.Paulo e que teria imenso prazer o receber em sua modesta casinha, junto ao mar.

Durante a viagem e tendo apanhado um céu de brigadeiro, o Inspector Pardal teve tempo para ir pensando sobre o caso que o levou a sua amada cidade, o desaparecimento do anel de diamantes de Dona Miquelina.
Estando já na posse de muitas informações sobre o ocorrido, informações essas fornecidas, via telefone por Dona Miquelina, o Inspector Pardal está esperançado que, ainda no dia de hoje, o assunto seria desvendado.

Um pouco mais complexo é o misterioso assassinato a bordo do Tren Azul, mas o Inspector Pardal já tem algumas pistas de relevo, e quando regressar a Belo Horizonte irá revolver o caso.
No aeroporto de Congonhas o esperava o valoroso bombeiro Godolfredo, vestido a primor, que prontamente levou o Inspector Pardal até à viatura estacionada no parque, quando não foi seu espanto ali se encontrarem dezenas de alunos da Escola Anita Malfatti que o saudavam.

 No parque junto à viatura tinha sido colocado um tapete vermelho

e alguns agentes da polícia ali se encontravam com uma viatura e uma moto, toda aquela recepção deixou o Inspector Pardal bem apardalado, tal era o aparato, que  mais parecia a recepção de uma alta dignidade política. 
Todo este aparato tinha sido encomendado pela Dona Miquelina, ficando o Inspector Pardal chateado, pois não queria dar nas vistas, na sua ida, a pedido de Dona Miquelina, à bela cidade de Diadema, e nem sequer sonhava que iria ter uma recepção dessa natureza., mas lá teve que se conformar.


Gentilmente o Inspector Pardal se dirigiu aos alunos e os foi cumprimentando, muitas outras pessoas ao grupo se juntaram, pensando tratar-se de uma alta individualidade ou alguma estrela do cinema americano, quando não passava de um simples detective pouco conhecido no meio.



Entrou para a viatura e escoltados por uma carro e uma mota da polícia, lá seguiram para o vagão do Expresso do Oriente, onde o esperava a Dona Miquelina.

Durante a curta viagem, que durou talvez, uns 15 minutos, o valoroso bombeiro Godolfredo, transmitiu um recado emanado do Ilustre Prof. João Paulo, pedindo desculpas de não ter podido ir ao aeroporto receber  o Inspector, em virtude de ter sido avisado, à última da hora, que teria que estar presente numa reunião escolar, reunião essa muito importante e à qual não poderia faltar, mas, e segundo informou o valoroso bombeiro, o Ilustre Prof. tinha dito, que assim que a reunião findasse seguiria de imediato para o vagão do Expresso do Oriente, afim de conhecer pessoalmente o Inspector Pardal.

Chegados à gare, lá estava à porta do vagão, de braços abertos a Dona Miquelina, o Inspector Pardal ainda não tinha subido os degraus que davam para o vagão, já Dona Miquelina a ele se dirigiu dando-lhe um forte beijo na face, beijo esse que desequilibrou o Pardal e quase se estatelavam na gare, sorte o valoroso bombeiro se encontrar no local tendo-os amparado. 


A Dona Miquelina estava nervosa, mas ao mesmo tempo super contente, chorava de alegria. Seguimos pois para o vagão 4, onde Dona Miquelina tem o seu aposento reservado, o Inspector Pardal ficou um pouco atarentado ao ver a sua fã, a copeira Hermenegilda, esta que, mesmo estando ali presente o seu futuro noivo, se dirigiu ao Inspector Pardar e lhe deu dois calorosos beijos.
Dona Miquelina e o valoroso bombeiro nada disseram, pois já sabiam que a Hermenegilda morria de amores pelo Inspector, mas não passou dali.
Logo de seguida a formosa Hermenegilda nos serviu  uns refrescos à maneira, acompanhados de algumas rosquinhas por ela preparadas, de seguida Dona Miquelina pediu ao valoroso bombeiro e sua amada Hermenegilda para sairem, pois desejava ficar a sós com o Inspector, e assim foi.

Dona Miquelina começou a falar sobre o desaparecimento do anel e nunca mais parava, obrigando o Inspector Pardal a ter que a interromper e lhe fazer algumas perguntas.
Como já tinha tomado nota das informações prestadas pela Dona Miquelina, via telefone, sobre o desaparecimento do anel, não seria necessário estar de novo a desfolhar o rosário.
O Inspector Pardal só desejava saber ao certo, se mais alguma pessoa tinha utilizado a casa de banho privativa de Dona Miquelina, esta não sabendo responder à pergunta, foi chamar a copeira Hermenegilda para confirmar os factos, ninguém lá tinha entrado a não ser ela própria e a Hermenegilda, esta somente para fazer limpeza, nada mais.
O Inspector Pardal pediu ao Godolfredo, que nesse preciso momento entrava no vagão, para lhe arranjar uma varinha. Volvidos alguns momentos de novo ali estava o valoroso bombeiro com a varinha pedida. Na posse desta o Inspector Pardal seguiu até à casa de banho privativa de Dona Miquelina, entrou, parou e ficou mirando todo aquele requintado espaço.

Não permitiu a entrada a mais ninguém naquele espaço, e para ter a certeza que poderia investigar sem ser pertrubado, fechou a porta.


Inspeccionou todos os recantos, nada de anel, e era bem plausível o mesmo não estar no chão da casa de banho, visto a copeira Hermenegilda ser uma pessoa muito higiénica, e se tivesse encontrado o anel, por certo, o terei entregue a sua dona.
Olhando para o lavatório o achou interessante e abriu a torneira, aproveitou para lavar as mãos, usando um gel desinfectante para o efeito, ao mesmo tempo que ia vendo a água sair pelo largo buraco do lavatório, buraco esse por onde poderia ter passado o anel da Dona Miquelina, para se certificar, sacou de seu anel e o colocou no buraco, passava perfeitamente.
Então, munida da varinha, que o valorosos bombeiro lhe tinha dado, foi batendo no tubo de escoamento de águas, do lavatório,  o som reproduzido pelos toques nada revelaram lá se encontrar algum objecto, mas prosseguindo o mesmo sistema chegou até à curvatura do tubo, e ai sim, o som reproduzido era bem diferente, ali estaria algo, e logo tentou, com suas próprias mãos desenrroscar o tubo, mas o não conseguiu.
Abriu a porta da casa de banho, ali estavam aguardando as notícias, a copeira Hermenegilda e seu amado, o valoroso bombeiro Godolfredo. O Inspector Pardal pediu ao Godolfredo que fosse buscar à casa das máquinas uma ferramenta para poder desenroscar o tubo.
Volvidos alguns minutos ali estava o valorosos bombeiro com uma chave inglesa nas mãos, que prontamente o Inspector Pardal utilizou para desenrroscar o tubo, tinha deixado a porta da casa de banho aberta, e a Dona Miquelina ali estava a ver o trabalho.

Assim que os tubos, em forma de cotovelo, se separaram, eis que se vê ali alojado o anel de diamantes de Dona Miquelina, com muito cuidado, o Inspector Pardal, usando uma pinça o retirou e logo de seguida o passou por água, Dona Miquelina ainda não se tinha apercebido do achado e estava intrigada com a operação que o Inspector Pardal fazia.
Já na posse do anel, mas que anel lindissimo, não o mostrando ainda a Dona Miquelina, pediu aos presentes para se dirigirem para o vagão, onde se foram instalar numas cadeiras em volta do assento privativo de Dona Miquelina, o Inspector Pardal, pediu então à copeira Hermenegilda que lhe fosse arranjar uma caipirinha bem fresquinha, já que o esforço efectuado o tinha feito transpirar.
Vinda a caipirinha, bebeu um gole, sentindo o sabor do alcóol e do açucar deslizarem por sua garganta causando uma sensação de fescura e bem estar.
Olhou para a Dona Miquelina e lhe perguntou se o anel, que seu ex-marido, o Senhor Ananais Leopoldo Sampaio Torrada, lhe tinha ofertado, tinha algum nome gravado, esta respondeu que sim, tinha a data desse seu enlace matrimónial.
Nesse momento, e com muita calma, o Inspector Pardal meteu a mão ao bolso de seu casado e de lá retirou o anel de diamantes e o ia entregar a Dona Miquelina, eis que, esta ao ver seu adoro anel, tão emocionada ficou que desmaiou.
O valoroso bombeiro logo ocorreu segurando-a, enquanto a copeira Hermenegilda se dirigiu ao bar onde encheu um copo de água e apanhou um fraquinho de amoníaco, que abriu e deu a cheirar a sua patroa, logo esta recuperou os sentidos, bebeu o copo de água, olhou em seu redor e começou a chorar, era um choro de alegria, e segurando a mão direita  do Inspector Pardal a beijou como prova do seu reconhecimento, este, vendo-a já mais acalmada, lhe colocou em suas  mãos o tão valioso e estimado anel de diamantes.
Pegou nele com todo o cuidado, o girou,  mirando por dentro onde estava gravada a data de seu enlace nupcial, beijando-o depois, não contendo as lágrimas. Abriu a sua valiosa mala de mão, preta,  da marca Pierre Cardin  e o guardou bem guardado, só depois é que agradeceu ao Inspector Pardal, por ter descoberto o anel, tendo-lhe perguntado quanto lhe tinha que pagar pelo serviço prestado, o Inspector Pardal, ficou um bocado acanhado e lhe respondeu que tinha sido um prazer ter conseguido desvendar mais um caso, e feliz estava por ter conseguido aceder aos pedidos de Dona Miquelina e encontrado tão estimoso anel.
Nesse preciso momento entram no vagão a lambisgóia do Agrado que andava desconfiada de qualquer coisa, acompanhada do Coronel   Espaminondas, que com toda a cortesia cumprimentaram o Inspector Pardal, nada indagando da sua presença ali no vagão 4.

Estando a investigação que o levou à bela cidade de Diadema terminada, e sem querer abordar outros assuntos ali na presença do esposo de Dona Miquelina, se despediu de todo o pessoal, mas,  quase lagrimando ao ver a copeira Hermenegilda suspirar, se despediu, e na companhia do valoroso bombeiro, seguiu para São Paulo, indo apanhar o vôo de regresso a Salvador.

Voltaria de novo a Diadema, amada cidade do Ilustre Prof. João Paulo, e então, com mais vagar passariam algumas horas, no requintado vagão 4 do Expresso do Oriente, dando continuação ao bate papo à muito iniciado, a amizade essa perdurará eternamente, e pelo o que o Inspector Pardal ficou a saber, é que a reunião a que presidia o Ilustre Prof. não era mais que uma merecida recompensa pelo seu valioso trabalho realizado  em prole da educação, sendo promovido a Director da Escola Anita Malfatti, onde, ao longos dos anos, vêm desempenhando as suas preciosas funções de Guru .

Dentro de dias o Inspector Pardal, após resolver mais um enigmático caso no Tren Azul, regressará a Diadema, não para desvendar mais casos, mas sim, para poder conhecer pessoalmente e  confraternizar  com tão destinta pessoa que é o Ilustre Dir. Prof. João Paulo.
Até breve

          



Inspector Pardal

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