o mar do poeta

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sexta-feira, março 27

PRESENÇA PORTUGUESA NA TAILÂNDIA






Na Tailândia, vi influências portuguesas na culinária, na língua. Ayutthaya, a antiga capital, tem ainda uma comunidade de origem portuguesa e há casas de arquitectura portuguesa em Phuket, disse a jornalista, do Correio da Manhã, Patrícia Brito, que anda correndo o mundo, numa entrevista ao Jornal Macau Hoje. Eu fico por vezes perplexo com muitas afirmações não só de jornalista como de muitos portugueses. Dá-me a sensação que vieram encontrar algo de novo, quando afinal a história fala por si.

É pena que os locais por onde andaram os portugueses de antanho sejam esquecidos pelos governantes e pela maioria dos portugueses.

Na Tailândia, e aqui estou abalizado em falar porque conheço o país já faz 35 anos, existiu uma forte presença portuguesa, não só em Ayuttaya, antiga capital do Sião, mas igualmente na cidade de Lampang, bem lá a norte e bem assim em Shukotai , Pitsanulok, Bangkok, onde junto à igreja de Santa cruz existe ainda uma enorme comunidade de descendentes lusitanos, em Phuket e mais alguns locais ainda não revelados, para não dizer ainda da presente geração de luso-tailandeses, dos quais eu dei o meu pequeno contributo com três filhas, sei porém que existem muitos mas muitos mais filhos de portugueses, aqui nascidos.

O Monsenhor Manuel Teixeira nos deixou um vasto espólio histórico sobre a presença portuguesa na Ásia, e não só, sobre a Tailândia editou dois livros PORTUGAL NA TAILÃNDIA, este publicado em Maio de 1983 e o segundo PORTUGAL E A TAILÂNDIA 476 ANOS DE AMIZADE.

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Manuel Teixeira

O monsenhor Manuel Teixeira OI, ComIh, GOIH, ComSE, GCSE (Freixo de Espada à Cinta, 15 de Abril de 1912 - Chaves, 15 de Setembro de 2003) foi um famoso historiador português de Macau e um sacerdote católico. Ele viveu grande parte da sua vida em Macau e contribuiu bastante nas áreas de missionação, de educação e do estudo da história. Deixou uma grande quantidade de informação valiosa sobre a História daquela terra e sobre a História da Diocese de Macau. O seu trabalho e empenho foram reconhecidos pelas sociedades de Portugal e de Macau.


Vida

Nascido em Trás-os-Montes, em 1924, após a conclusão da instrução primária na sua terra natal, partiu para Macau, onde ingressou no Seminário de S. José. Foi na Igreja de S. José que ele recebeu a Ordem sacredotal no dia 29 de Outubro de 1934. Nesse mesmo ano, tornou-se pároco de S. Lourenço, cargo que desempenhou até 1946.

Aos 22 anos, começou a dirigir o Boletim Eclesiástico da Diocese de Macauo e, sob a sua direcção, que durou 13 anos, o Boletim tornou-se numa publicação internacionalmente conhecida, graças também ao importante contributo de outras pessoas prestigiosas como José M. Braga e Charles Ralph Boxer.

Em 1942, fundou a revista mensal O Clarim e foi tamém co-fundador do semanário “União”. Nas décadas de 70 e 80, foi director dos Arquivos de Macau e do Boletim do Instituto Luís de Camões.

Entre 1932 e 1970, ele foi também professor no Seminário de São José, no Colégio de São José, na Escola Comercial Pedro Nolasco e no Liceu Nacional Infante D. Henrique.

Em 1948, para para Singapura como missionário e Vigário Geral das Missões Portuguesas de Singapura e Malaca. Lá, organizou várias instituições religiosas e fundou a revista de língua inglesa “Rally”.

O Padre Manuel Teixeira foi um importante e reconhecido historiador de Macau e empenhou-se tanto que publicou 123 livros de investigação histórica. Foi também um importante investigador da presença portuguesa no Oriente. Recebeu em 1981 - 1983, respectivamente, o prémio de História da Fundação Calouste Gulbenkian e pelas suas obras “Os Militares em Macau” e “Toponímia de Macau”.

Em 1982, devido à sua popularidade, foi proclamado Figura do Ano em Macau.

Em 1984, instituiu a "Fundação Padre Teixeira", um fundo de apoio aos estudantes pobres de Macau e cujo capital excede já o montante de 600 mil dólares de Hong-Kong.

Regressou a Portugal a 16 de Maio de 2001, onde morreu a 15 de Setembro de 2003, aos 91 anos, em Chaves.

Membro


O já idoso monsenhor Manuel Teixeira (na esquerda da foto) recebendo das mãos de Jorge Sampaio (na direita da foto) a insígnia de Grã-Cruz da Ordem Militar de Santiago da Espada, no dia 18 de Dezembro de 1999.

O Monsenhor Manuel Teixeira foi membro da Associação Internacional de Historiadores da Ásia, da Academia Portuguesa de História e da Academia Portuguesa de Marinha, sócio-correspondente da Sociedade de geografia de Lisboa, sócio da Sociedade Científica Católica Portuguesa, vogal do Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, vogal do Conselho da Universidade da Ásia Oriental.

Honras e condecorações

Em 1952, o Governo Português agraciou-o com o grau de Oficial da Ordem do Império Colonial.

Em 1974, foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique e, em 1985, com a Medalaha de Valor. A 10 de Junho de 1989 foi condecorado, pelo então Presidente da República Portuguesa, Dr. Mários Soares, com a Comenda da Ordem Militar de Santiago da Espada.

Em 1966, ele foi condecorado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. No dia 18 de Dezembro de 1999, dois dias antes da transferência de soberania de Macau para a República Popular da China, ele, comovido, recebeu das mãos do então Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, a insígnia da Grã-Cruz da Ordem Militar de Santiago da Espada.

O Monsenhor era também Doutor Honoris Causa em Letras da Universidade da Ásia Oriental.

(Artigo extraído da enciclopédia livre)



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Tive a honra de conhecer este ilustre sacerdote e grande historiador que fui o Monsenhor Manuel Teixeira. Saiu de macau muito magoado com a adminstração e imensamente triste deixou Macau. Uma pessoa de vulto uam pessoa nobre, um historiador famoso é metido num lar de idosos esquecido de todos.

A presença em Macau do Monsenhor Manuel Teixeira era conhecida por todos os residentes, ele, todas as manhãs e à tardinha percorria a pé a Ponte Nobre de Carvalho entre Macau e a Ilha da Taipa.

Por favor leiam as suas obras e fiquem a par da presença portuguesas por estes recantos do mundo asiático e não me venham dizer, como que admirados pelo que viram ou lhes contaram que ainda existem coisas da presença portuguesa na Tailândia.

Malaca é um exemplo da presença portuguesa, mas como sempre esquecidos por todos, a romanização da língua vietnamita é outra, bem como muitas outras coisas, e não se admirem os jornalista ou qualquer outra pessoa quando visitar a cidade de Tanakahisma encontrarem à venda Pão de Ló, nem na Tailândia os fios de ovos e outras iguarias, só a língua essa nunca os portugueses a tentaram implantar por estas paragens, é pena!...

Nas enciclopédias a que temos acesso através da internet, e nos assuntos que abordam a presença de europeus na Ásia, as referências aos portugueses é quase nula, porém foram os portugueses os primeiros a aportar a terras orientais, mas ficaram mais conhecidos os franceses, os holandeses e até os ingleses.

Na ilha da Formosa, Taiwan, onde já fui por vezes vezes, fiz algumas perguntas a pessoas que encontrei se sabiam de onde procedia o nome de Formosa, não sabiam, sabiam sim que os holandeses ocuparam a ilha durante uns anos mas nada sabiam dos portugueses.

Na Tailândia é bem diferente, pois até nas escolas ao abordarem a história do reino do Sião se referem à presença portuguesa.

Sinceramente, eu por vezes fico chocado com desconhecimento dos portugueses de agora, sobre a nossa história, muitos vêm à Tailândia, Phuket, pricipalmente, para desfrutarem de suas águas e não só, a história que se lixe.

Para finalizar direi que nos antigos mapas de navegação portugueses se pode ver lá a refréncia a esta ilha aqual era chamada de Ceylon Junk.

Algumas são as moradias antigas em estilo Sino-português que por lá se podem ver, uma delas servindo de Museu e outra de hotel, esta na Praia sita junto ao Cape Panwa.


Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Amigo

Vamos publicar este excelente artigo no Raiz Online. Gostei muito de ler e sempre vejo o mesmo seja de um lado do mundo, ou do outro. As mesmas razões de queixa do presente e as glórias do passado. Abraços da amiga, Arlete Piedade