o mar do poeta

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quinta-feira, março 5

BAN PORTUGUET - ALDEIA DOS PORTUGUESES




Bang Portuguet - Aldeia dos Portugueses

Bang Portuguet - Aldeia dos Portugueses, foi fundada pouco depois de Portugal e o Reino do Sião, em 1516, assinarem o primeiro Acordo de Amizade, Comércio e Navegação. Passados 483 anos o Bang Portuguet continua na mente de várias gerações em Ayuthaya.

Ali viveu uma comunidade luso descendente, ordeira, progressiva e foram os homens portugueses que introduziram, em Ayuthaya, artes do ocidente. Entre estas o saber trabalhar o ferro, de fundição e o manejo das armas de fogo e, também, especialidades culinárias.

No Bang Portuguet, viveram pessoas ilustres: Fernão Mendes Pinto, Maria Guiomar de Pina, luso/japonesa que viveu o resto da sua vida a decorar os altares das três paróquias do Bang Portuguet e legou a receita da confecção dos fios de ovos que se tornaram a mais popular doçaria do país, e conhecida por "Foi Thong", cujo nome diz ser de origem portuguesa.Depois do "Foi Thong", outras duas delicadezas da doçaria lusa, deixou na Tailândia Maria Guiomar que continuam a fazer parte da pastelaria tailandesa: "Thong Yip" e os queques.

"Foi Thong" e "Thong Yip", são doces portugueses, desde o século XVII. Hoje, parte da cultura gastronómica tailandesa.Em todos os casamentos, a ocupação de uma moradia, a abertura de um estabelecimento comercial, a inauguração de um evento, almoços ou jantares de recepções a entidades governamentais, visitantes de outros países, obrigatoriamente, por tradição, as doçarias portuguesas de Maria Guiomar são parte do protocolo culinário do Governo ou entidades privadas.

Doçaria, ímpar pela maciesa do seu paladar e da côr do ouro, que continua o símbolo da riqueza e bem estar das populações da Tailândia.O Bang Portuguet, depois da queda de Ayuthaya, em 3 de Abril de 1767, pelas tropas invasoras do Reino de Pegu, os tijolos que eram paredes das igrejas: São Domingos, São Paulo, São Francisco e das residências da comunidade luso/tailandesa, foram trazidos para Bangkok para construirem moradias e igreja do novo Bairro de Santa Cruz, junto à margem do rio Chao Prya, em Thomburi.Ayuthaya foi, por séculos, objecto de cobiça de Luís XIV, Rei de França que ambiciona balançar as forças inglesas, que já dominam a Índia e as Holandesas, as Índias Orientais, colonizando o Sião.

A comunidade francesa, em Ayuthaya e em Lop Buri, a 60 quilómetros da capital do Reino, procura a intriga, através de todos os meios, entre esta, estão envolvidos os missionarios Jesuítas das Missões Estrangeiras de Paris. Os poucos súbditos de Luis XIV que ali viviam na altura, quando da queda, fogem em debandada.

A ordeira comunidade portuguesa tem todo o apoio do General Taksin, o libertador que em 1782 tinha o Sião e as fronteiras com os paises visinhos deliniadas, tal como hoje se encontram.O Bang Portuguet por 215 anos sofreu assoriações das cheias do rio Chao Prya, a queda das folhas mortas da vegetação espessa tornou irreconhecíveis os lugares da localização das três igrejas. A dimensão do campo era precariamente conhecida por mapas existentes, em livros e elaborados a partir de 1660 por desenhadores franceses.O Bang Portuguet adormeceu debaixo de vegetação e da sombra das árvores taramindeiras. No cerrado mato que envolve a Paróquia de São Domingos, existia um pequeno altar, construído em madeira tosca e suspenso por estacas a um metro do solo com uma pia de baptismo na base.

Ali, os católicos do Bang Portuguet e das redondezas, iam fazer as suas preces e procurar conforto espiritual. Pia baptismal, séculos atrás, a água benzida, baptizou centenas de crianças, filhas de mães siamesas e pais portugueses ou luso descendentes. Em 1982 foi acreditado Embaixador de Portugal na Tailândia, Dr. Melo Gouveia. Ao diplomata, Homem de alma lusa, profunda, juntou-se-lhe o dinamismo do Dr. José Blanco, Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, cuja instituição financiou as escavações e patrocinadas pelas Belas Artes tailandesas, em 1984, as ruínas da Igreja de São Domingos foram trazidas a luz do dia.


(ARTIGO ESCRITO POR JOSÉ MARTINS)

O articulista António Cambeta, por várias vezes esteve no local, a última delas no ano de 2007 tendo verificado o abandono em que tudo estava, o esforço feito de nada valeu.

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